Summer 78

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Introversão

Hoje não trago questões, somente uma saudação de boa noite. Venho proclamar que descobri ser montruosa. Estou cansada de descrever-me meticulosamente, inteiramente derrotada pela força da minha maldade. Saturada de avaliar e reavaliar o mundo circundante. Que menina mimada, egoísta e destrutiva sou. Não! Mais até, eu guio-me pelo lado negativista da vida. Tenho uma espécie de substância tóxica enterrada algures nas profundezas do meu ser que se liberta e intensifica com o correr do ponteiro. Mais até do que a mim, este veneno destrói quem me julga princesa, quem cai nas rédeas da minha magnitude maléfica. Um conselho, parar e respirar profundamente.
A perfeição torna-se imperfeita quando a tentamos alcançar. Por isso pára de sorrir, não abuses dessa hora, ela pode trair, o ciúme e a inveja, tu não perdes pela demora e a seguir tudo se evapora. No fundo sou apenas parva, lamentar a vida, e o que está mal, mas não me auto-modifico. Preciso de acalmar e esquecer esse outro patamar superior que quero tanto alcançar. Apercebi-me que o que mais rejeito é aquilo no que mais tarde ou mais cedo me vou tornar, ou, já sou. Dotada de arrogância, embebedo o amor de ódio, maltrato quem ainda não consegui afastar. Estupidamente falsa, riu sinicamente, num tom de leviandade como se não houvesse queda, figuro-me e desfiguro-me com a maior das facilidades para mostrar a minha superficialidade perante situações, apenas exibir que não sinto dor, que de mim só saem gargalhadas de felicidade. E hoje, reconheço, sou um pedaço de nada. Carrego uma cruz nos ombros e uma vez mais escrevo sob a influência de pensamentos auto-destrutivos. Sofro de escravidão mental e percorro o caminho da decadência.
A dificuldade em superar obstáculos, deve-se ao tempo que perco nos detalhes, na mânia de querer endeusar o mais inocente humano. Devo ser de facto má pessoa. Parece até que o coitadismo faz parte de mim.
E hoje, sou um nojo. E não tenho como perdoar, desculpar a pessoa que sou. Não sei que rumo seguir, amanhã eu sei já passa, mas agora eu estou assim, hoje perdi toda a graça. Disse não trazer dúvidas, mas, porquê que te sinto tanto aqui? Porquê que se vai uma parte de mim, sem ti? E uma vez mais finjo lá fora e escondo-me cá dentro, faz de mim também quem sou, sabes? Covarde, faltava dizer.

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