sou ambígua. gosto de me sentar comigo mesma a ouvir-me pensar. gosto de café. gosto de ler. gosto de molhar os pés à chuva enquanto ouço música. gosto de pausas. gosto de mim. gosto do silêncio. gosto de chocolate branco. gosto de recordações. gosto do escuro. gosto de contrariar. gosto de Bonsais. gosto da palavra gosto. gosto de caixas de música. gosto do infinito.
Summer 78
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
La valse d'Amélie
É curiosa a forma que o teu corpo tomou, entorpecida a maneira como falas, nevoada a visão que de ti tenho. Este pequeno espaço que ocupas, o espaço que me guia é negativismo em força. Sabes de ti melhor que ninguém, e de ti nunca saberei. Lutar? Qual luta? Vencer? Qual vitória? Trata-se apenas de nada, nada este que sempre ateimei não existir, é simples. Complexo apenas deste lado. É a história de um pensamento sem fim, perpetuamente inacabado. Tal como a economia, o desporto, a matemática, este é círculo de linha contínua que ateimo traçar e onde jamais saberei ver fim. Serei eternamente eu, conformada ou não, nunca me apagarei. O valor não está aí, na superficialidade da interpretação dos teus olhos, mas aqui, no esforço que todos os dias faço para que não seja apenas mais um, na dor que carrego ao ver que viver de sonhos não serve no sistema, na desilusão de que um dia pude acreditar que ser mais do que sou fosse inédito.
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