Summer 78

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sonhar é viver

Sempre ausente. «Que viagem é essa que te diriges em todos os sentidos? Andas em busca dos sonhos perdidos.» disse o Variações. Que verdade tão presente. Esta viagem não é, nada mais nada menos, que um acumular de derrotas e vitórias. No meu ponto de vista, não existe ninguém que em bom estado vire costas às derrotas. Só um verdadeiro ser dotado de arrogância pode considerar uma derrota uma falha secundária. Todos nós, infinitamente minúsculos, achamos ser deuses do universo. Cresce um sentimento de posse e domínio nas nossas veias e por meros segundos, meses ou anos sentimonos imparáveis. Até nos apercebermos que somos apenas outro tijolo na parede, todo o acumular de novas experiências não será apenas novidade para nós, mas também para a humanidade. Considerados sonhadores, enganados, lunáticos, somos incansáveis seres recheados de pureza. Uns mais conscientes que outros e ainda que todos vivam realidades diferentes, no balanço final procuramos todos satisfazer o nosso insaciável desejo pela felicidade. Aquando vitoriosos somos inabaláveis, após as derrotas paramos no tempo. Devemos retirar o melhor de cada experiência e aprender, sem nunca deixar a vontade de sonhar como plano secundário e não permitir que de humanos passemos a corpos mortos guiados por outro autor. Como disse uma vez um outro ser que por cá passou, António Gedeão, «Eles não sabem que os sonhos, são uma constante da vida, tão leve e tão definida como outra coisa qualquer». Tenho de discordar. Penso que eles sabem, mas temem sonhar. Os mais vividos e sabidos por vezes são também os mais gélidos. Talvez julguem que devemos considerar os sonhos uma utopia, que sonhar deve ser um plano secundário, mas no fundo esses experênciados aniquilam apenas os seus mais simples desejos.

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