Reescrevo-me ao escrever-te. Não é um capricho dar asas ao ilustre génio, cultivar a imaginação. Hoje vou voar contigo e no teu peito flutuar como pena que não assenta, como poeira que paira solta no ar. Ser manto de ti segura, quando sempre fui o calor de alguém. Fazer de outra noite escura, o sorriso de ninguém. Aquando o fogo acabar, recria-me igual sem menos ou mais pormenores, vê-me assim como em mim eu não vejo. Sob a forma suave da negra orquídea, solta-me o veneno que em pleno se dispersa, condensa-o num copo e bebe dele o teu também. Traz-me um prato vazio e faz-me encontrar-te tesouro. Mas vem carregado de silêncio ou de ti farei cinza que colherei noutra noite fria para poder queimar com ardor outro medo mundado de ser pedra de congelador.
sou ambígua. gosto de me sentar comigo mesma a ouvir-me pensar. gosto de café. gosto de ler. gosto de molhar os pés à chuva enquanto ouço música. gosto de pausas. gosto de mim. gosto do silêncio. gosto de chocolate branco. gosto de recordações. gosto do escuro. gosto de contrariar. gosto de Bonsais. gosto da palavra gosto. gosto de caixas de música. gosto do infinito.
Summer 78
quinta-feira, 10 de março de 2011
Orquídea Negra
Reescrevo-me ao escrever-te. Não é um capricho dar asas ao ilustre génio, cultivar a imaginação. Hoje vou voar contigo e no teu peito flutuar como pena que não assenta, como poeira que paira solta no ar. Ser manto de ti segura, quando sempre fui o calor de alguém. Fazer de outra noite escura, o sorriso de ninguém. Aquando o fogo acabar, recria-me igual sem menos ou mais pormenores, vê-me assim como em mim eu não vejo. Sob a forma suave da negra orquídea, solta-me o veneno que em pleno se dispersa, condensa-o num copo e bebe dele o teu também. Traz-me um prato vazio e faz-me encontrar-te tesouro. Mas vem carregado de silêncio ou de ti farei cinza que colherei noutra noite fria para poder queimar com ardor outro medo mundado de ser pedra de congelador.
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