Summer 78

sexta-feira, 11 de março de 2011

Há dias que não são dias

É véspera de dia de alegria, não consigo parar de soprar. Os bilhetes no centro da escrivaninha, as horas a voar numa corrente decrescente, a inquietação a apoderar-se da lógica. A passagem é já e eu a crer que não haveria de chegar. Esta prisão do passado é pincel de sofrimento a sujar uma tela ora de vermelho ora de negro.
Um certo luto que convive com a noite, uma certa saudade que domina a vista de dia. Não há novo a dizer senão o velho que me enche, preenche e esvazia. A paixão pela vida é coisa dos outros, sei lá eu bem o que significa. Levaste-me tudo deixando apenas a apatia. Quero apenas uma nova consciência, outra vez a inocência. Embarcas-te numa viagem infinita deixando-me com as lembranças de que um dia fui livre.

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