Summer 78

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Saudade do que não foste


És a constante do mistério
gravemente ferida pelo meu império.
Moves o mundo num gesto subtil,
que me agrava a demência
e me perdura o abandono,
numa tamanha independência
que se diz desastrosa.

A verdade da tua mentira
chega a ser comovente.
Deixando-me num estado anti-cético,
quase me convertes em crente.

Mas como toda a crença
em mim não perdura,
depressa te afogas
no meu declive de amargura.

Juntamente com mais um trago,
vais descendo lentamente.
Depecionaste o teu futuro
traindo o meu presente.

E a cada dia que passa
te vejo menos latente,
porque até o meu olhar
se tornou gélido e dormente.

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