Recandidata-te ao lugar.
Lucra no presente sem me poupar,
como eu não te poupei a ti no passado,
quando não me pareces-te acertado.
Traz o teu dom cordial,
que eu já canto só de pensar.
Há-des voltar amigo pardal,
a este pequeno círculo
que ateimo chamar lar.
E ainda que justificado,
o teu gesto calculado
pelo medo que te atormenta,
não deixa de ser calculado
o jeito com que dobras os capítulos.
Pobre de ti amigo pardal
que não sabes da fatalidade
que te é ser animal,
nunca saberás o que te digo.
Tudo o que tu sabes é voar
entre os planaltos lisos
e as estepes curvas
dos corpos das mulheres.
Não vais de certo voar
no emaranhado cúbiculo apertado
que me assenta os ombros.
Amigo pardal,
serás no entanto recordado,
quando à minha janela passares,
como o pardal inconsciente
que voava sobre os mares.
Sem comentários:
Enviar um comentário