Summer 78

sábado, 30 de abril de 2011

Falácia Viva

No topo do seu mastro
No esplendor da sua sombra
Cobriu-se o sedento de desculpas
Dizendo que ao engano me revelou o defeito da sua nascença
Sem sequer conhecer o segredo da minha existência
Julga-me crente da sua presença
Quando creio apenas na mentira da sua inocência.

Vestia-se como dizia-se
Falava-me como se via
Só não me entendia
Quanto mais me dizia ser
Menos se parecia
E por fim ao descoberto
Tempo deitado ao mar.

Ainda assim me levou a pensar
Estar à altura da sua forma
Que em tamanho tinha apenas o obscuro
E à vista creio, nada
Com certeza me parecia
Tudo o que não se via
E assim me deixou revelar que somente se dizia
Aquilo que queria
E entre o que parecia
Conclui,
Diletante seria.

E na hora de prestar contas
Nada me é afinal
Apenas a lembrança que quanto mais se julga saber
Mais ignorante se fica.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Se assim fosse...

Ser eu por mais um dia, uma vez mais. Que saciante sumo de vida é este que tomo, é tão brilhante ver o sol por trás da lua, crescer e ver crescer. Receber o diploma após a luta, a mão depois da queda. Agradecer cada dia, porque é tão belo saber reconhecer o mal, olhar para trás sem saber o que vem em frente. É bom ser-se fiel em todos os momentos, por muito mal que haja em torno de nós.
Este ciclo, e tantos é pouco para descever o número que por ele passam, e não há duas pessoas iguais.
Não é incrivel o outono? Aliciante o verão? Ternurento o inverno? Talvez irreal, sonhador, mas feliz, sobretudo feliz. E não é isso o que mais importa no final do dia?

Livre verdade

Liberdade, conceito reduzido e simples que pode tomar inúmeros significados e que nos permite viajar de formas amplamente complexas. Uma flor pode permitir-me ser livre, uma folha branca de papel e um grosso lápis também, talvez até um discurso onde me elevo e expresso a minha singular opinião. Quem me dera ser livre de espírito, liberto de todos os tormentos, preconceitos, mágoas e cicatrizes. Gostava também de ser livre de rotinas, guiar-me apenas pela vontade de viver, dar vivacidade ao meu espírito impulsivo e impetuoso em vez de o esconder, e poder ser ainda, totalmente franco em qualquer circunstância. Livre para construir um mundo diferente onde não habitam políticos traiçoeiros, manhas, economias instáveis, bajularias, sorrisos forçados, materialismos, mentiras adocicadas, hipocrisias, presentes supérfluos, enfim, uma série de pertinentes problemas que me consomem o pouco juízo que possuo e me envelhecem a casca. Gostava de viver num mundo onde não existissem relógios, onde qualquer forma de vida apenas se guiasse pela luz do Sol, mundo esse onde seriam enaltecidos valores como a honestidade, a contemplação da natureza, a observação, os laços de afecto, o respeito, a união, a devoção e acima de tudo, a harmonia. Mas a liberdade é uma utopia. E como qualquer utopia, é desejada por muitos inclusivé por mim, mas jamais será alcançada.